De acordo com relatos do Código Hammurabi, a cirurgia dos olhos existe desde 1700 a.C.. Mas foi só em 1000 d.C. que surgiu a aspiração da catarata através de uma agulha. Séculos depois, no ano de 1747, veio o marco histórico da cirurgia de catarata: a primeira extração extracapsular do cristalino pelo oftalmologista Jacques Daviel.
Por outro lado, a extração intracapsular do cristalino, ocorreu 6 anos depois com o cirurgião Sharp. A ideia de substituir o cristalino por uma prótese, inserindo uma lente de vidro no olho do paciente após a cirurgia, foi uma tentativa falha realizada na Alemanha. Como não havia suporte, a lente mergulhou no vítreo e a cirurgia não deu certo.
No entanto, as teorias e avanços não pararam por aí. Em 1860, o alemão Albrecht von Graefe desenvolveu uma faca especial para a incisão que foi utilizada por quase um século para a extração extracapsular do cristalino. Em 1900, Verhoeff realizou a extração intracapsular do cristalino com uma pinça. Quatro décadas depois, Hermenegildo Arruga e Ignácio Barraquer passaram a utilizar a sucção capsular em seus procedimentos.
Observando os ferimentos dos pilotos da Força Aérea Real Britânica, o Dr. Ridley teve a ideia de utilizar o mesmo material para construir uma lente substituta para o cristalino humano. Efetuou a primeira cirurgia com o implante em 1949. Ainda visando os avanços da cirurgia, Tadeuz Krwawicz inventou a crioextração. A técnica apesar de muitas vantagens, ocasionava várias complicações e foi utilizada até meados da década de 80.
Não pense que essas falhas das invenções desanimava os especialistas. Muito pelo contrário! Elas os motivaram a continuarem em busca de novas técnicas até que em 1967, a chamada facoesmulsificação foi desenvolvida. Ela é considerada o procedimento mais seguro e eficaz para o tratamento da catarata uma vez que seu método consiste na destruição do cristalino opaco com o uso de energia ultra-sônica e sua aspiração.
O pioneirismo da implementação da facoemulsificação no Brasil, em 1975, coube a um grupo de destaque na Oftalmologia nacional: Dr. Afonso Fatorelli, Dr. Pedro Moacyr de Aguiar, Dr. Miguel Ângelo Padilha e Dr. Paulo César Fontes, com o irrestrito apoio da Irmã Matilde.
Ao longo dos anos, a cirurgia de catarata foi um dos procedimentos que mais evoluiu no mundo. No entanto, passou a ser bem mais complexa e hoje exige do cirurgião maior habilidade e conhecimento cientifico, e do paciente mais atenção na escolha do especialista.